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<span;>Passou muito tempo... passaram anos, na realidade. O enredo foi-se alterando e os actores amadurecendo...

<span;>A R está uma pequena mulher, com tudo o que isso implica... para o bem e para o mal, transforma-se numa pequena grande mulher. Às vezes penso se terá um pai à altura. Vai tendo amiúde, nem sempre, mas amiúde tem.

<span;>O S cresce a olhar para o mundo com o coração... vai aprendendo a travar as suas lutas... sonha imenso e, por vezes, vive num sonho.

<span;>E eu?... Eu vou-me adaptando, crescendo, vivendo e amando sempre que posso...

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Do Sebastianismo

por FS, em 19.05.18

Don_Sebastian_de_Portugal.JPG

 

Recentemente fui a um simpósio na minha área profissional, diga-se, muito bem organizado. Para terminar os trabalhos, a organização trouxe um palestrante "fora da caixa" para falar de "15 portugueses extraordinários", uma ideia bem conseguida, para refrescar a audiência do peso dos temas técnicos.

Acontece que a minha mente (crítica, eu sei) pensou: "lá estamos nós a elogiar os egos... os indivíduos". O nosso Sebastianismo latente, à espera sempre de glorificar um indivíduo que sobressai de entre os pares para trazer a Pátria para fora do obscurantismo e do buraco.
Não seria mais interessante e motivador falarmos de 15 momentos em que o povo português foi excepcional? Enumerar coisas e momentos da história não estivessem dependentes de um indivíduo, mas que fossem impulsionados por um desígnio e vontade colectivo, não seria mais pedagógico?

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Daylight-Saving-Time-2017-Clocks-Change.jpg

 

Já não tenho paciência, confesso... Mais uma vez, com a chegada do Outono/Inverno, vem a mudança da hora legal e, com as novas tecnologias e as redes sociais, chovem os apelos e petições para acabar com isto...
Os argumentos variam:


#1 - Os economistas teóricos que argumentam que a ideia inicial vem do século XVIII ou XIX (uns atribuem ideia original a Benjamin Franklin e outros a George Hudson) e que a questão da necessidade da poupança de energia já está desactualizada;


#2 - As donas de casa que já não têm pachorra para fazer a lida doméstica sem luz natural, depois do trabalho;


#3 - Os que não gostam de sair do trabalho de noite porque o acham deprimente;


#4 - Os pais que não gostam que os filhos saiam da escola de noite;


#5 - Outros incorformados, com várias sustentações mais ou menos empíricas...


E não sei o que me irrita mais, se a discussão do assunto, as argumentações ou o número de petições online (experimentem a pesquisar no google e vão ver).


Em primeiro lugar, deixem-me explicar-vos uma coisa: o horário dito "normal" é o de Inverno, e não o de Verão, que tanto adoramos! Por isso, vocês não são contra a mudança da hora, vocês são a favor da mudança da hora! O Daylight Saving Time (o acto de adiantar o relógio uma hora em Março) foi criado para aproveitarmos melhor a duração natural do dia (o fotoperíodo) durante o Verão, sem termos de alterar as nossas convenções e rotinas ordenadas pelo relógio! E ouçam, eu adoro isso também! Nada melhor do ainda ter sol depois de um dia de trabalho! Sim, porque se não fosse a mudança da hora no Verão, estavamos todos a "papar" com o sol a nascer às 5 horas da manhã... Mas aqui, estamos todos de acordo... a "gaita" é quando vem o Outono/Inverno...

Mas quanto a isso, meus amigos, resignem-se ao facto de não viverem nas regiões equatoriais, onde o dia (leia-se, fotoperíodo) tem sempre 12 horas, seja qual for a época do ano!

A 40º Norte (ou Sul) estamos condenados a variar entre as 15 horas de sol no Verão e as 9 horas no pico do Inverno (mais precisamente a 21 de Dezembro)! Por isso, façam as contas... Se vocês, como os restantes mortais-não-ricos-que-têm-de-trabalhar-para-pagar-as-contas , trabalham 8 horas por dia e têm uma hora de almoço, ocupam o tempo com sol só neste período... Por isso, das duas, uma: ou vão para o trabalho de noite para ainda terem uma hora de sol ao fim do dia (e mantêm o horário de Verão); ou preferem começar o dia (acordar, tomar o pequeno-almoço, vestir os miúdos e levà-los à escola) já com claridade, aceitando que quando terminarem a "labuta" diária, o sol já se terá ido embora. Não há volta a dar, desculpem dar-vos esta notícia, a não ser que mudem de residência...

Há sempre formas de minimizar estas "dores", claro... e as que me ocorrem neste momento são:

 

#1 - Contratar a tarifa bi-horária no vosso fornecedor de energia eléctrica, ainda que não acreditem que faz sentido poupar e economizar recursos;

 

#2 - Obrigar os maridos a realizarem as tarefas diárias (desculpem o comentário machista, mas é mesmo para contrapôr o machismo deste comentário feminino que encontrei nas petições) e agradecerem o facto de não viverem na Noruega ou na Suécia, onde no Inverno só têm 4 horinhas de sol para fazer tudo;

 

#3 - Tomar uns suplementos de vitamina D, para compensar a falta de sol e terem menos tendência a deprimir (esta é mesmo a sério... está provado cientificamente que um complemento de vitamina D pode minizar isto, dado que esta é sintetizada pela exposição ao deus Rá);

 

#4 - Tentar convencer o chefe a trabalhar menos horas por dia durante o Inverno, compensando no Verão... ou então organizar umas Winter Sunset Sessions no trabalho (uma variante do Lusco-Fusco dos Gato Fedorento), só para se celebrar e ter a noção da partida do sol (tem a vantagem de animar a coisa no local de trabalho, e de se aperceberem que o sol se foi... até porque é a mudança abrupta de dia para noite que vos deixa depressivos, meus amigos);

 

#5 - Se querem controlar e proteger toda a vida dos vossos filhos, organizem-se para irem buscar os vossos filhos à escola, no final do dia... (até porque se estivessemos no horário de Verão, a diferença ia ser mínima)

 

#6 - Arranjem uma vida e façam petições de jeito, por causas que valham a pena...

 

e ele há tantas...

 

 

 

 

 

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Pares de cornos...

por FS, em 26.10.17

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Encostado ao balcão, a tomar um café, ouvi este comentário vindo do senhor ao meu lado, referindo-se ao Juíz Neto de Moura:

"Muito parzinho de cornos este gajo deve ter levado... só assim se explica"'

Só pode... só pode!

Mas nem assim justifica!

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Piroseiras lamechas

por FS, em 02.08.17

Há músicas que se ouvem e ficam no ouvido, seja apenas pela melodia que nos afaga a alma ou pela voz do intérprete que nos faz arrepiar a derme. E nalguns casos, nem prestamos bem atenção à letra.

O meu mood de hoje (algo melancólico e com tristeza, mas finita) levou-me a tropeçar na letra desta...

Está lá muita coisa que eu lhe queria dizer... e até tem a caçadeira... o pai é que não tem a voz do Seu Jorge (infelizmente...)

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Big mother is watching you...

por FS, em 06.03.17

A R teve uma visita de estudo ao Porto. Excursionista devota como é, viveu intensamente o antes, o durante e o depois, como é seu hábito.

Nós, tranquilos, observámos e respeitámos a sua forma de viver o momento, e confiámos em pleno no profissionalismo e responsabilidade dos adultos que seguiam com eles.

Às 10 horas da manhã, recebo um e-mail dirigido a vinte e tal pais com o seguinte texto "recebi SMS da professora e chegaram às 9h57 ao museu... estão todos bem!" Uma mãe muito pró-activa tinha decidido partilhar a informação com os restantes. Simpático, pensei.

Pouco depois do meio-dia recebo um outro e-mail, desta vez informando que "saíram agora do museu e vão almoçar... não chove muito no Porto e a viagem de barco pelo Douro começa às 14h30... estão todos bem." Aqui começo a pensar que já é demais, talvez... ou sou eu que sou muito desligado?

Mas o terceiro e-mail, recebido por volta das 15 horas, a comunicar que "os nossos meninos estão no meio do rio Douro!!!", deixou-me perplexo!

Deixou-me perplexo e com uma data de questões por responder na cabeça. A saber:

- Esta necessidade de saber dos "nossos meninos" é pura preocupação parental ou é uma mistura de querer reviver tempos passados e de viver a vida deles?

- Saber, a toda a hora, se eles estão bem numa mera visita de estudo é normal ou é uma forma de demonstrar falta de confiança na responsabilidade de quem os acompanha?

- Saber que a minha R se sentiu indisposta, estando ela a 120 quilómetros de distância, vai-me tranquilizar de alguma forma?

- Se a minha R tivesse algum problema durante a visita, e tendo a professora o meu contacto, não me ligaria ela a informar?

- Quais as consequências, para eles e para nós, desta superprotecção? Serão eles, no futuro, adultos mais seguros e tranquilos?

- E para terminar este veneno matinal... Coitada da minha mãe, que nunca recebeu um e-mail nem um SMS com a actualização em tempo real de como corriam as visitas de estudo à 30 anos... Como é que ela sobreviveu, e eu, sobreviveu a isso????

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Lucky-Luke-Dalton-8.jpg

 

Ora cá está mais uma vez, aparentemente, que este país só funciona no horário de expediente! De segunda a sexta, das 9h às 17h, a coisa vai andando... fora disso, "temos pena, mas tem de voltar noutra altura"!

Que os 2 chilenos e o luso-israelita consigam fugir da prisão de Caxias, eu ainda engulo. Fico a pensar que não estamos (e ainda bem) habituados aos Ronaldos e Messis do crime, e que somos "tenrinhos" na matéria.

Acontece, e aceito, principalmente justificado pela falta de experiência em lidar com este tipo de gente (como por exemplo, alegadamente, apagar as luzes das torres na mudança de turno dos guardas, talvez para ajudar a equilibrar o orçamento do Ministério da Justiça).

Agora, senhores, esperar por segunda-feira para emitir um mandato de captura internacional?!

Mas achavam que os senhores iam querer ficar por cá?! Ou era uma espécie de repatriamento low-cost e self-service que tinham em mente??? 😁

E por causa de uma inépcia e incompetência administrativa, o trabalho de quem andou no terreno, os apanhou, os levou a tribunal e os deu como culpados, vai por água abaixo...

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Obrigado a todos...

por FS, em 20.02.17

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Caros senhores Trump's da vida, hoje falo-vos da Salomé!

Tem trinta e poucos anos e nasceu em Cabo Verde. Tem dois filhos adolescentes que também residem em Portugal, com a mãe.

É uma pessoa bem disposta, alegre por natureza, que trabalha que nem uma moura e se desfaz para que os filhos não passem pelo que ela passou.

Pessoalmente, tenho a agradecer o amor e o carinho com que tomou conta do meu filho mais novo, o S, até ao ano de vida. A forma maternal com que andou com ele colado às suas costas, seguro por panos, como ela fez com os seus, não me sai da cabeça (e a cara do S, descansado, seguro e satisfeito, a dormir naquela posição).

E desde a passada sexta-feira, a Salomé é cidadã portuguesa. Está felicíssima da vida, porque se sente mais segura de ter a hipótese de poder vir a dar uma vida melhor aos filhos.

E nós ficámos radiantes pela sua felicidade! Porque ela (e outros) merece a hipótese de ter uma vida melhor.

Obrigado a todos vós (nós) que são este país, por terem aceite, através das nossas instituições (SEF), a nossa Salomé como cidadã portuguesa... vocês não imaginam como a deixaram feliz e como mudaram a vida dela!

Bem hajam!

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Vintage, mas não tanto...

por FS, em 19.02.17

Sempre adorei peças com história e com estórias. A proporção das duas é indiferente, desde que tenha "vida" e/ou tenha sido "vivida".

E gosto, não apenas para estarem em exposição ou numa redoma de vidro mas, para lhes dar uso e como forma de respeitar a função para que foram criadas e não as deixar morrer. É a minha forma de respeitar e prestar tributo ao trabalho dos designers (e se notarem uma ponta de inveja no meu discurso, têm razão, porque há! 😁).

Mas gosto mesmo tanto disso que a recuperação de algumas peças se transforma em pequenos projectos pessoais de "manualidades". Peças que por si só preenchem um espaço vazio, principalmente numa moldura contemporânea e algo minimalista. Peças que enchem a vista, que fixam o nosso olhar e nos deixam a mente curiosa por tempo indeterminado.

E o vintage agora está na moda. Tão na moda que abusam dele, coitado.

Se formos ao dicionário, e ignorando o seu significado vitivinícola, vintage quer dizer apenas "objecto antigo de grande valor"... claro que o valor que damos aos objectos é subjectivo, mas agora parece que tudo é vintage, porra!

Nas minhas pesquisas nos sites de leilões e de vendas em segunda mão aparece cada coisa com a etiqueta "vintage", que até dá dó... Ouçam, senhores, kitsch pode ser vintage, mas nem todo o kitsch o é! Usem antigo, velho ou mesmo kitsch! Assumam! Também há mercado para isso!

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Dia de natação do S, o que implica mau humor matinal daquela criatura.

Mal vê os calções de banho em cima da cama para vestir, entra em desespero, diz que não gosta e que não quer ir. Volto aos meus argumentos de sempre, talvez demasiado racionais para uma criança de 6 anos: "mas tens de aprender a nadar para poderes ir para o mar no Verão... a mana é mais velha e também vai à natação" (mal sabendo ele que ela também não gosta...).

Aprofundo o tema e tento saber o porquê, para o qual recebo a resposta de ser uma seca e implicar "meter a cabeça debaixo de água". Sinto-me encurralado por este caminho, pois é inevitável ter água e cabeça molhada na natação... 😁


Mudo de estratégia e lembro que no final costumam fazer jogos e brincadeiras com as esponjas, e que isso até é divertido.


- Mas o Jó (professor) nem sempre faz, pai...


- Porque se esquece, S. Tens de o lembrar... pede-lhe para fazerem um jogo no final. - ataco.


- Mas tenho vergonha, pai...


Não diria que aquele personagem teria vergonha para pedir fosse o que fosse, mas acredito que aquele professor, um armário de quase 2 metros, tenha um ar intimidante apesar de saber que tem um óptimo coração e muito jeito para os miúdos. Não desarmo...


- Se não pedires, não acontece... se falares, pode acontecer que tenhas o que queres!


Clássico, o discurso, eu sei. Até o poderia fazer para mim próprio todos os dias, acreditem. Mas foi precisamente por isso que me fez ainda mais sentido, porque não quero que sejam inibidos como o pai... quero que aprendam a lidar com os outros de igual para igual, sempre com respeito.

 

(...)


Nove horas depois, pergunto como correu o dia ao pequeno "Phelps das Beiras" (estou a gozar, claro, mas o meu tom irónico é bastante apurado).


- Muito bem, pai! Fizemos um jogo no final da piscina... - e desata a relatar o jogo com as esponjas, e como este e aquele fizeram isto e aquilo. - e, pai, fui eu que pedi! - acrescenta, inchado de orgulho.


- A sério?! Boa! - e começo eu a inchar.


- Respirei fundo, enchi-me de coragem e perguntei se não podíamos fazer um jogo no fim... e o Jó disse que sim!

 

F*d*-se, há dias que um gajo pensa "vale a pena! Vale mesmo a pena cada minuto...!"

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