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Big mother is watching you...

por FS, em 06.03.17

A R teve uma visita de estudo ao Porto. Excursionista devota como é, viveu intensamente o antes, o durante e o depois, como é seu hábito.

Nós, tranquilos, observámos e respeitámos a sua forma de viver o momento, e confiámos em pleno no profissionalismo e responsabilidade dos adultos que seguiam com eles.

Às 10 horas da manhã, recebo um e-mail dirigido a vinte e tal pais com o seguinte texto "recebi SMS da professora e chegaram às 9h57 ao museu... estão todos bem!" Uma mãe muito pró-activa tinha decidido partilhar a informação com os restantes. Simpático, pensei.

Pouco depois do meio-dia recebo um outro e-mail, desta vez informando que "saíram agora do museu e vão almoçar... não chove muito no Porto e a viagem de barco pelo Douro começa às 14h30... estão todos bem." Aqui começo a pensar que já é demais, talvez... ou sou eu que sou muito desligado?

Mas o terceiro e-mail, recebido por volta das 15 horas, a comunicar que "os nossos meninos estão no meio do rio Douro!!!", deixou-me perplexo!

Deixou-me perplexo e com uma data de questões por responder na cabeça. A saber:

- Esta necessidade de saber dos "nossos meninos" é pura preocupação parental ou é uma mistura de querer reviver tempos passados e de viver a vida deles?

- Saber, a toda a hora, se eles estão bem numa mera visita de estudo é normal ou é uma forma de demonstrar falta de confiança na responsabilidade de quem os acompanha?

- Saber que a minha R se sentiu indisposta, estando ela a 120 quilómetros de distância, vai-me tranquilizar de alguma forma?

- Se a minha R tivesse algum problema durante a visita, e tendo a professora o meu contacto, não me ligaria ela a informar?

- Quais as consequências, para eles e para nós, desta superprotecção? Serão eles, no futuro, adultos mais seguros e tranquilos?

- E para terminar este veneno matinal... Coitada da minha mãe, que nunca recebeu um e-mail nem um SMS com a actualização em tempo real de como corriam as visitas de estudo à 30 anos... Como é que ela sobreviveu, e eu, sobreviveu a isso????

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1 comentário

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Rita a 09.03.2017

Sempre houve pais super-protectores! Lembro-me de colegas minhas que quando éramos novas e íamos de viagem para algum lado, a primeira coisa que faziam mal chegávamos ao destino era arranjar uma cabine telefónica para telefonar aos pais. E era um tal stress, que ninguém podia pousar as malas enquanto elas não telefonassem a dizer que estavam bem! Havia outros pais que apareciam, como quem não quer a coisa, no mesmo restaurante ou na mesma praia onde os filhos iam com os amigos! As pessoas são iguais, a tecnologia é que muda. Se isso faz as crianças mais seguras ou mais inseguras, não sei. A minha sogra sempre foi super-protectora com o meu marido, e ele é das pessoas mais independentes e descontraídas que conheço. Mas por outro lado, tenho primos que foram super-protegidos, e não se conseguem desenrascar na vida sem a mão dos pais. Acho que depende muito de cada um!
Relativamente ao email "os nossos meninos estão no meio do rio Douro!!!" o melhor era responder: "AFUNDADOS!!!!"
Rita

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