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Malgrado a comparação com o senhor da capa (não me estou a pôr em bicos dos pés, por favor), é mesmo isto... Será a "crise de meia idade"? Não entendo... Não é fisicamente, que já não aguento as noitadas de outrora, mas o que sinto é na forma de pensar e de ver a vida.
Sinto que aos vinte era muito mais conservador do que sou agora. Parece que tinha mais certezas e que vida tinha menos formas "correctas" de ser vivida.
Dizia-me um grande amigo em tempos, "aos 20 queremos mudar o mundo e aos 30 queremos comprá-lo"! Mas eu não sinto isso... Se alguma vez o quis comprar (e duvido que o tenha pensado), foi aos 20... Aos quarenta apetece-me é torná-lo melhor (whatever that means) e criar e saborear os melhores momentos que o mundo e a vida me podem oferecer...
E só para terminar, (com uma frase feita, o que é piroso, eu sei) não sei se fui eu que mudei, porque se diz que as "pessoas não mudam, revelam-se"!
Adoro a forma como me amas com o olhar...
Amo sentir os teus braços a enrolarem-se timidamente no meu corpo, como que com medo... Cientes da reacção que provocam em mim...
Os teus abraços são únicos, Princesa... Porque tu, meu amor, também és única... E minha.
Se bem que este específico mês de Dezembro me esteja a custar, as memórias dos Natais passados pululam na minha mente. Há uma data de coisas que são familiares e aquecem a minha pobre alma. Voltamos a ver cenas bonitas que nos comovem, e as menos agradáveis que nos deixam pensativos. Uma séria de criaturas e fenómenos saiem debaixo das pedras e dos armários onde se escondem o resto do ano.
E há uma espécie que me deixa compassivo e com vontade de ajudar: os homens-estátua! Calma, não são aquelas que andam pela Baixa, com adereços e pinturas brilhantes e metálicas... São aqueles que ficam especados à porta das lojas, com ar sorumbático, de sacos das compras nas mãos, inertes, rodando o seu olhar apático pelo que passa e os envolve, enquanto as suas mais-que-tudo dão (muito) que fazer à Redunicre®!
Pobres rapazes... Não vais caiem os parentes na lama se entrarem nas lojas e participarem no acto de escolha e compra do presente de Natal. A sério que não caiem! Até pode ser um tanto ou quanto divertido, se não fôr feito em excesso!
Não é a vossa praia? Aceito! Mas então não façam essa figurinha, jovens... Enfiem-se na FNAC e vão ver livros, discos ou as últimas novidades em telemóveis ou o que vos interessar! Sentem-se numa esplanada a tomar conta dos sacos e a ler.
Abraços e boas compras!
...por dentro... Sem alma... É como me sinto neste mês de Dezembro. Como diria a minha mãe, "estou como o tempo, cinzento"...
Parece que nada faz sentido como está... E não gosto disso.
Vou mas é parar de lamber as feridas e mudar as coisas...
(imagem da autoria de Peter Davis, disponível no Flickr)
Falávamos já não sei bem de quê, mas o discurso da R ia por caminhos que demonstravam um ego em crescimento desmesurado. Achei por bem intervir e puxá-la um pouco para a realidade dos comuns mortais, com virtudes e defeitos em simultâneo e, acima de tudo, com respeito pelo "outro".
- Ouve lá, deves te pensar a última bolacha do pacote, não, Princesa? Que não há melhor do que tu... Que és a última Coca-Cola do deserto...
Instala-se um silêncio associado a um sorriso cúmplice entre todos. A mensagem tinha passado e a R estava a entender o que eu queria dizer com aquela expressão tão querida de uma das tias...
Até que o silêncio é quebrado pela voz espanholada do S que, do alto do seu pedestal moral, liberta a moral da história, no seu ponto de vista...
- Sim, mana, vê lá se queres ser a última Coca-Cola do deserto... Lá sozinha... Sem amigos... A derreter ao sol no meio da areia...
Et lasse...