Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nunca liguei a estas datas... sempre as achei ridículas. Ainda mais esta, dado que o dia do amor deveria ser sempre que se quisesse (isto na impossibilidade de ser todos os dias)!
Acresce que hoje vai ser impossível fazer seja o que for fora de portas dada a quantidade de "amor" e "paixão" que irá transbordar por esse mundo fora, ainda por cima com gosto duvidoso na maior parte das vezes... E esta avanlanche de amor cria problemas logísticos, inflaciona preços e tira o "mood" seja para o que for, logo, mais uma razão para deixar para outra data!
Mas o que me deixa verdadeiramente nauseado não é o kitch e o mercantilismo da paixão e do amor (sentimentos tão nobres e dos quais não prescindo para viver), mas notícias como esta que surge, novamente, hoje no Diário de Notícias.
Não sei como reagir à notícia: se fique contente porque há mais denúncias; se chore porque a violência nas relações continua a manter o seu espaço nas gerações mais novas.
E pergunto a mim mesmo quantos dos casalinhos que hoje vão comemorar o amor, estão a viver situações destas. E acontece mesmo ao nosso lado...
Exagero da minha parte? Não, não é... A semana passada almocei com uma colega de trabalho com quem empatizo muito, mas com quem nunca tinha falado do lado pessoal das nossas vidas. A meio da conversa diz-me que o marido a convidou para irem jantar no dia de S. Valentim, mas que não tem vontade de ir. Que vive um filme de terror em casa, mas adianta logo "Francisco, não pense que é violência doméstica... calma!" Mas termina com, "(...) e ele pediu-me para retirar a tatuagem que tenho com o nome da minha filha mais velha (fruto de um anterior casamento)".
Esperem! Parem tudo! Como é? Pedir a uma mãe que "apague" e afaste uma filha não é violência? É, senhoras e senhores, é sim... É um comportamento selvagem e primário, longe do processo evolutivo a que, supostamente, a nossa espécie esteve sujeita. Os leões quando assumem o liderança do grupo matam as crias do seu antecessor... este não mata, mas quer que uma mãe mate a ligação e a cumplicidade que a une a una filha...
Mas o Dia de S Valentim, esse, temos de ir jantar fora, querida...
Falava com a T porque, com o tempo e a chegada dos filhos, tínhamos perdido os hábitos de leitura.
E uma das minhas preocupações era o facto da nossa R também não os ter... e essas coisas também se aprendem em casa, com os exemplos. E a T surpreende-me com um sorriso, a fugir para o riso.
- O que foi? - perguntei.
- Mas a R lê... e mais do que nós juntos!
- Como? Só a vejo de volta da bola de futebol, da raquete de ténis e de tudo o que implique movimento...
E a T explicou-me tudo... a R lê na sala de aula, durante a própria aula, no tempo "morto" que medeia o momento em que termina os exercícios e a altura em que a professora faz a correção!!!
Wow! Wtf! Lmfao! (e outras coisas que me passam pela cabeça!) Genial!!!
E acham que não dá para ler muito? Desenganem-se! Numa semana, por exemplo, foi o primeiro do Harry Potter! E a média é de 2 livros por semana (de aulas)!
A minha filha não é sobredotada, não... é apenas inteligente, despachada e boa aluna. Mas também é uma óptima gestora do seu tempo!
Inveja, miúda, é o que o pai sente, neste momento! :) Inveja e (mais) orgulho... Ensina o pai a fazer essa gestão de tempo, por favor!
PS - próxima reunião com o chefe vou fazer o mesmo... e com os tempos mortos que costumam ter, ainda vai o "Guerra e Paz"! Tenho é de ir para a "carteira" do fundo!
Tenho resistido a voltar... Não sei bem porquê, confesso. Por coerência com o que disse, talvez por mágoa, ou por querer manter algumas coisas privadas de leituras alheias...
Ao longo deste tempo tenho lido a escrita dos outros e visto o registo de visitas e leituras d'o-que-interessa-é-viagem. E este último parece um pequeno electocardiograma... duas a três leituras diárias, apesar de estar "morto" há mais de meio ano...
E de repente dei por mim a ler as minhas "estórias", a reviver o prazer que me deu em escrevê-las, e a pensar no quão terapêutico foi.
E mais vale ser também coerente com o que se sente, e não apenas com o que se diz...
À mágoa, resta-lhe apenas aprender a conviver comigo, que eu já aprendi a viver com ela e a evitá-la (um dia saberei enfrentá-la)...
E às alheias leituras (apenas as menos desejadas) resta-lhes também... sei lá, "aguentarem-se à bronca" tal como eu faço?...
Por isso, I'm back... (a bit) in black (com o gás dos AC⚡ DC!)
See you soon, in a theatre near you
Para quem não sabia, tal como eu, ainda tem o dia de hoje para aproveitar a quinta edição do Lunima, o festival que tem levado cores e luz à vila de Cascais.
Acabei por saber por acaso, e porque as vicissitudes da vida me levaram para os lados de Sintra, dei uma espreitadela, por entre a multidão que enchia a vila.
Na minha opinião (que vale o que vale), há de tudo, mas o melhor está na zona da cidadela e do parque, de onde saliento a performance "Dança dos candeeiros" e "Open your eyes", esta última pelo conhecido O Cubo.
Merece a visita hoje, no último dia... Se não gostarem, há sempre a Santini para fazer valer a pena a viagem...
(As fotografias estão uma desgraça, mas acho que máquina nenhuma consegue captar o brilho daquelas cores na noite de Cascais)
E um gajo prepara-se para receber, a meio da semana, uma visita especial... ainda por cima, inesperada!
Há melhor? Não, não há!
Anda um gajo desorientado e recebe uma chamada do passado:
- Olá, olá! Como andas?
- Não posso acreditar que és tu a ligar?! Quem bom... Vou indo como posso... Mas cada dia, melhor do que o anterior.
- Ando aqui pelas tuas berças e lembrei-me de ti e dos nossos grandes tempos... foram bons, não foram?
- Sim, sem dúvida... Mas sabes, eu voltei para as berças...
- Também estás por aqui?! Fixe!
- Tens planos para jantar?
- Não... mas tenho vontade de me perder nas nossas conversas outra vez...
- Boa! You're an angel sent from the heavens above!
E toca de simplificar a coisa, porque o que interessa são as pessoas e os momentos! Torricadas/bruschette/montaditos, chamem-lhe vocês o que quiserem!
E este kit dá para fazer anchovas com mascarpone, ou beringela assada com rúcula, tomate seco e parmeggiano. Também dá para ir só com filetes de cavala ou lombo de porco preto. Mas sempre, e friso sempre, com pão alentejano torrado, regado a azeite e aromatizado com um dente de alho!
Era mesmo disto que o meu coração estava a precisar... disto e da companhia que está a chegar!
Segundo a autora, nos Estados Unidos da América entre um terço e metade da população é introvertida, apesar da reinante cultura da extroversão.
Se é verdade ou não, não sei, mas que eu sou, não há sombra de dúvidas! Esta tem sido uma das minhas leituras de Verão, reconfortante e amiga, num Verão tão conturbado e diferente como este está a ser.
Altamente recomendado para quem também é e não sabe que afinal temos um lugar e não somos freaks...
Há coisas que nunca têm o momento certo para acontecer. Por mais que se pense e racionalize a coisa, há sempre um "mas"...
Terminar uma relação de dez anos, por exemplo, é uma delas, mesmo para quem toma a iniciativa...
Quando a outra pessoa está a atravessar um momento duro de trabalho, é injusto. Pensa-se "e vou agora impor mais esta pressão e esta dor?" E às tantas apercebes-te que a profissão da outra pessoa está sempre ao rubro.
E quando o ambiente até está mais calmo, pensas se afinal não será precipitação tua, e que as coisas podem melhorar... mas não melhoram.
Depois há a questão das datas. Acontecer algo parecido próximo do Natal ou de aniversários de pessoas queridas é associá-las ao momento. E queremos mesmo ensombrar essas alturas na vida de alguém por quem tem estima e carinho, mas já não sentes "aquilo"?
E antes de ires de férias? Vais, mais uma vez, estragar aquele momento do ano em que é suposto aa pessoas descansarem e restabelecerem forças?
Cheguei à conclusão que não há momentos ideais para as coisas más... acontecem e pronto... e cada um que se aguente da melhor forma, porque melhores tempos virão, seguramente...
E foi isso que fiz...
Fica-se por aqui esta experiência, pelo menos nestes moldes... as coisas mudaram na minha vida, e o "o que interessa é a viagem" perdeu o sentido da sua existência... Havia muitas coisas a dizer acerca deste ano e pouco, mas não me apetece ser lamechas. Provavelmente voltarei a escrever, mas noutro local.... Provavelmente iremos voltar a cruzar-nos por aí... eu, pelo menos, irei continuar a seguir-vos! Abraços aos meninos e beijos às meninas.
..