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Dia de natação do S, o que implica mau humor matinal daquela criatura.
Mal vê os calções de banho em cima da cama para vestir, entra em desespero, diz que não gosta e que não quer ir. Volto aos meus argumentos de sempre, talvez demasiado racionais para uma criança de 6 anos: "mas tens de aprender a nadar para poderes ir para o mar no Verão... a mana é mais velha e também vai à natação" (mal sabendo ele que ela também não gosta...).
Aprofundo o tema e tento saber o porquê, para o qual recebo a resposta de ser uma seca e implicar "meter a cabeça debaixo de água". Sinto-me encurralado por este caminho, pois é inevitável ter água e cabeça molhada na natação... 😁
Mudo de estratégia e lembro que no final costumam fazer jogos e brincadeiras com as esponjas, e que isso até é divertido.
- Mas o Jó (professor) nem sempre faz, pai...
- Porque se esquece, S. Tens de o lembrar... pede-lhe para fazerem um jogo no final. - ataco.
- Mas tenho vergonha, pai...
Não diria que aquele personagem teria vergonha para pedir fosse o que fosse, mas acredito que aquele professor, um armário de quase 2 metros, tenha um ar intimidante apesar de saber que tem um óptimo coração e muito jeito para os miúdos. Não desarmo...
- Se não pedires, não acontece... se falares, pode acontecer que tenhas o que queres!
Clássico, o discurso, eu sei. Até o poderia fazer para mim próprio todos os dias, acreditem. Mas foi precisamente por isso que me fez ainda mais sentido, porque não quero que sejam inibidos como o pai... quero que aprendam a lidar com os outros de igual para igual, sempre com respeito.
(...)
Nove horas depois, pergunto como correu o dia ao pequeno "Phelps das Beiras" (estou a gozar, claro, mas o meu tom irónico é bastante apurado).
- Muito bem, pai! Fizemos um jogo no final da piscina... - e desata a relatar o jogo com as esponjas, e como este e aquele fizeram isto e aquilo. - e, pai, fui eu que pedi! - acrescenta, inchado de orgulho.
- A sério?! Boa! - e começo eu a inchar.
- Respirei fundo, enchi-me de coragem e perguntei se não podíamos fazer um jogo no fim... e o Jó disse que sim!
F*d*-se, há dias que um gajo pensa "vale a pena! Vale mesmo a pena cada minuto...!"