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Ontem um jovem de uma das equipas que coordeno foi pai. Momento único na vida de qualquer pessoa.A vida muda bastante, quer queiramos, quer não.
Ainda assim, a fase de trabalho que esta equipa atravessa é complicada, e lembrámo-nos de ir buscar um reforço a outra equipa mais desafogada, pelo menos para estes 10 dias de licença parental.
Como qualquer "boa casa" gerida por jovens septuagenários feitos a pulso, nada se faz sem o consentimento superior.
Ora, sabendo disto, eu e a chefe dessa equipa fomos fazer a proposta ao chefe.
- Pois, hoje o João foi pai... - informo.
- Parabéns! Realmente temos de lutar contra o envelhecimento da população. - responde com um sorriso genuíno no rosto.
- Pensámos em ir buscar alguém a outra equipa, porque não vai estar nos próximos 10 dias. - continuo.
E automaticamente paro o discurso com a mudança súbita no semblante do chefe. Bicos da boca para baixo, como dizia a R quando era mais pequena. E sai-lhe a seguinte pérola:
- Dez dias? Mas porquê?! O rapaz é que vai amamentar a criança?
Ora, eu poderia agora tecer aqui toda uma dissertação acerca do momento em questão, enumerar uma série de argumentos em relação a direitos laborais adquiridos ao longo de gerações e gerações, e inclusivamente abordar o tema da importância da parentalidade e da felicidade dessa condição... Mas não vos quero maçar com o óbvio, apenas lembrar que "eles*" continuam aí.
* "eles" - com esta denominação, o autor pretende referir-se a uma série de pessoas que parecem ser indiferentes ao que se passa ao seu redor, excepto quando lhes toca a eles ...um género que deveria estar extinto há pelo menos 2 gerações, mas que continua a gerar espécimens nos dias de hoje, altivos na sua postura e magnânimes nas suas doutas e acertadas convicções chauvinistas e ultrapassadas.