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E eu fui votar para quê?...

por FS, em 19.10.15

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Com todo o respeito para o Senhor Hondt, e pelo trabalho que desenvolveu no final do século XIX, algo está errado neste sistema.

Pode muito bem ter sido uma inovação à época, numa altura em que as monarquias constitucionais e as jovens repúblicas floresciam por essa Europa fora, mas o mundo entretanto mudou. Mudou o bastante para, não sendo matemático, ficar escandalizado com o facto de 14% das pessoas que se deslocaram às urnas poderem não o ter feito que o resultado era "igual ao litro".

Não me faz sentido... Não me faz sentido nenhum que haja uma forma instituída de "manipular" os votos das pessoas, uma forma de manipular uma das únicas armas democráticas que temos.

 

Para quem quiser ler a notícia com os números...

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E só para terminar os meus breves posts políticos, aqui fica uma pequena ferroada mais à direita:

Não gostei do pormenor d'A Portuguesa no final da conferência de imprensa da vitória.

 

Eu gosto do nosso hino nacional, e até o sei na sua versão integral (o "Desfralda a invicta bandeira, a luz viva do teu céu..."), mas cantá-lo no final da conferência de imprensa?! O hino é um símbolo de união, eu sei, mas unidos pelo país estamos todos, pelo menos os que se deram ao trabalho de ir votar, da esquerda à direita, inclusivé nós os gambuzinos!

 

Soou-me um pouco a Estado Novo e ao "Tudo pela Nação, Nada contra a Nação"... Até esteticamente parecia fascizóide, com as vozes de um coro masculino composto apenas (ou maioritariamente) por tenores... Foi um pouco too much...

 

Como dizia o meu pai: dignos na derrota e humildes na vitória!

(Post Scriptum - excepto quando o meu Sporting ganha, altura em que exarcebo na comemoração por serem tão poucas as oportunidades de o fazer...)

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Gambuzino político

por FS, em 05.10.15

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Ontem fiquei chocado ao perceber o que eu sou, politicamente falando.

 

A arquitecta Helena Roseta, quando questionada se teriam sido os indecisos do centro (político) os responsáveis pela derrota do PS, respondeu que "os indecisos do centro são um 'gambuzino político'". Logo, eu sou um "gambuzino político"!

 

É verdade, caros leitores, é isso mesmo que eu sou, um mito do eleitorado português, fruto da imaginação dos comentadores políticos... Pelo menos no ponto de vista da arquitecta que já vi militar no PSD há uns bons 30 anos, e que entretanto "gambuzinou" do centro-direita para o centro-esquerda. É que o meu voto nestes 22 como eleitor "vagueou" e muitas vezes andou indeciso, tendo recaído sobre vários partidos do centro e da direita. Ou seja, não sou politicamente clubista para manter o meu voto fiel a um partido, mas oscilo segundo os programas eleitorais e a conjuntura. Mas a senhora arquitecta diz que afinal nós não existimos... Diz que somos um "gambuzino político"... Seja lá o que isso fôr...

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No meio de tanta indecisão do eleitorado português, de sondagens com "empates técnicos" separado por sete pontos percentuais e de partidos com mais votos mas menos deputados, não seria tudo mais simples se tivéssemos um sistema eleitoral baseado em círculos eleitorais uninominais?

Dissecando a coisa em modo ligeiro, vamos por pontos:

 

A hegemonia dos partidos, ou a partidocracia

Seria o início do fim deste sistema partidocrata, onde são as máquinas partidárias e as tribos internas que definem as listas (fechadas) de candidatos à Assembleia da República. Na maior parte dos casos, os cabeças de lista nem são naturais nem residem na zona por onde se candidatam... Um círculo uninominal exigiria dos partidos maior atenção na escolha dos candidatos a apresentar aos eleitores, e a escolha dos eleitores iria recair mais sobre o valor do candidato, independentemente do partido político, penso eu. Mas o problema é precisamente isto, porque ao implicar perda de poder por parte dos partidos na escolha de deputados e governantes, não recolhe o seu apoio e dificilmente passará numa revisão da constituição.

 

Haveria uma bipolarização e os partidos pequenos iriam desaparecer?

Não acredito nisso. Temos tido casos de câmaras municipais com dirigentes de pequenos partidos e de coligações partidárias, e o mesmo princípio também se poderia aplicar aos candidatos à Assembleia da República.

 

Uma política e uma governação mais próxima do eleitorado

Já era suposto existir neste sistema representativo, mas na pratica é nulo. Ninguém vai pedir "explicações" no final do mandato ao cabeça de lista que ajudou a eleger, pois não? Com círculos uninominais, isso seria bem mais real e possível. Cada um de nós seria "responsável" pela eleição de uma pessoa, a quem poderia (e deveria) pedir explicações e exigir acções durante o mandato.

Para além disto, acabava-se com a "rebaldaria" dos deputados que, pelas mais variadas e justificaras razões, não cumprem o seu mandato até ao fim e são substituídos por suplentes das listas, de quem nós eleitores até podemos não gostar.

 

 

Isto não seria a solução, mas era uma melhoria para o "pior de todos os sistemas, com a excepção de todos os outros"... E já agora, a citação é de Winston Churchill, e não de Sérgio Godinho... ;)

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