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Estávamos a terminar o almoço e aproxima-se uma pedinte reincidente, aparentemente de origem romena, e pede-nos dinheiro. Declinamos, e o meu amigo M acrescenta:
- Se quiser pago-lhe um bolo ou um prego, mas dinheiro não dou...
- Não - responde ela, tacitamente - preciso é de dinheiro.
Voltamos a dizer que não e afasta-se.
- Estás a ver isto? - diz-me ele indignado - Só aceita dinheiro. Um bolo ou um prego já não quer... Até os podia levar para os filhos...
Antes que a conversa entrasse por caminhos mais xenófobos, sai-me esta pérola:
- Já pensaste que a senhora pode ser diabética e vegetariana?
Mãe e filha aproximam-se da mesa das amigas, com uma média de idades a ultrapassar os 60 entre as duas gerações. Os cabelos, acabados de sair do cabeleireiro, não mexem apesar da brisa que se faz sentir. Abençoada laca. Tanta experiência e sabedoria de vida promete...
- Zézinha, como está, querida? -
- Olhe, como os interruptores: umas vezes para cima outras vezes para baixo!
Mentalmente ajoelho-me e presto homenagem a esta sabedoria da minha província! Adoro! Amo esta terra!
Fui à minha tradicional tosquia estival e diz-me o barbeiro, enquanto sopra todo o velo cortado:
- Sabe, vir ao barbeiro é como ir à praia... Leva-se sempre um pouco de areia para casa!
Sorrio... Noto um certo brio profissional e orgulho no comentário. Deve haver uma cadeira específica no curso de barbeiro: "Piadolas e ditados populares". E deve dar precedência a outras duas: "comentários da bola I e II" e "dissertações sobre o tempo e a evolução da climatologia desde a Segunda Grande Guerra"!